sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Militares criticam lista de acusados de tortura

Biblioteca Nacional vai publicar nomes


Associações de militares criticaram a publicação, por parte de revista ligada à Biblioteca Nacional, de lista de 233 militares e policiais que supostamente torturaram presos durante o governo Ernesto Geisel (1974-1979).

A informação foi publicada ontem na coluna Mônica Bergamo. A lista, que faz parte de acervo de Luís Carlos Prestes (1898-1989), estará na edição de janeiro da "Revista de História da Biblioteca Nacional", editada pela Sociedade de Amigos da Biblioteca Nacional.

"[A publicação] Não deixa dúvida de que lado está o órgão público", disse o vice-presidente do Clube Militar, general Clóvis Bandeira.

"Isso cria uma situação de conflito gratuito, que já deveríamos ter superado há muito tempo", disse o presidente da Associação dos Oficiais Militares Estaduais do Brasil, coronel Abelmídio Sá Ribas.

Segundo o editor da revista, Luciano Figueiredo, os documentos de Prestes serão doados ao Arquivo Nacional, o que os tornará públicos.

domingo, 18 de dezembro de 2011

SP também terá sua Comissão da Verdade

Assembleia investigará crimes da ditadura militar no Estado e vai fornecer informações a órgão do governo federal.

Deputados estaduais vão apurar torturas e mortes de 1964 a 1982 e planejam iniciar em março as investigações


A Assembleia Legislativa de São Paulo criou um grupo para investigar os crimes da ditadura militar no Estado e fornecer informações à Comissão Nacional da Verdade.

A comissão será composta por cinco deputados estaduais e terá dois anos para apresentar um relatório sobre casos de torturas, mortes e desaparecimentos de militantes que se opuseram ao regime.

Devem ser convocados a depor ex-presos políticos e agentes que atuaram em órgãos da repressão, como a Oban (Operação Bandeirante) e o Dops (Departamento de Ordem Política e Social).

Além de elucidar crimes, o grupo tentará identificar seus responsáveis, segundo o projeto apresentado pelo deputado Adriano Diogo (PT) e aprovado por acordo de líderes na noite de quarta-feira.

"A comissão não terá sentido de vingança ou revanche. Queremos saber como morreram os desaparecidos e responder perguntas que o Estado nunca respondeu oficialmente", disse o petista, que militou na ALN (Ação Libertadora Nacional) e ficou preso entre 1972 e 1973.

A exemplo da comissão nacional, a estadual não terá poder para julgar suspeitos de violação de direitos humanos. Mas vai encaminhar suas conclusões ao Ministério Público, que poderá entrar com novas ações na Justiça.

Outro objetivo do grupo é apoiar as buscas pela identificação de ossadas de vítimas do regime enterradas clandestinamente em cemitérios da capital paulista, como os de Vila Formosa e Perus.

O texto aprovado na Assembleia reproduz diversos artigos da lei federal sancionada há um mês pela presidente Dilma Rousseff.

Uma das poucas diferenças está na composição dos grupos. Enquanto a comissão nacional será integrada por sete representantes da sociedade civil, indicados pelo Planalto, a paulista terá cinco deputados estaduais, escolhidos pelo presidente da Casa.

A tendência é que o órgão reproduza a correlação de forças na Assembleia, onde o governo Geraldo Alckmin (PSDB) tem ampla maioria.

MUDANÇA

Por pressão dos tucanos, Diogo aceitou limitar o período a ser investigado pela comissão. O texto original previa a apuração de crimes cometidos ao longo de toda a ditadura (1964 a 1985).

A data final foi alterada para 1982 -o que exclui o governo de Franco Montoro, fundador do PSDB e um dos líderes da campanha das Diretas.

Segundo Diogo, isso não prejudicará os trabalhos, já que a gestão de Montoro respeitou os direitos humanos.

Assembleias de outros Estados, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, devem votar propostas semelhantes em 2012. (Bernardo Mello Franco)

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Familiares voltam a cobrar mais empenho na apuração de crimes

Familiares de mortos e desaparecidos voltaram a cobrar maior empenho na apuração das violações de direitos humanos ocorridas no episódio da guerrilha do Araguaia, há 28 anos. Em nota distribuída ontem, lembraram que já se passou um ano desde que a Corte Interamericana de Direitos Humanos preferiu a sentença condenando o Estado brasileiro pelo desaparecimento de 70 pessoas envolvidas na guerrilha, pela ausência de procedimentos para o estabelecimento da verdade e pela permanência da impunidade dos crimes.

O primeiro aniversário da sentença foi lembrado em nota assinada pelo Centro pela Justiça e o Direito Internacional (Cejil), o Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro (GTNM/RJ) e a Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, O texto enfatiza sobretudo a falta de diligência para apontar e punir os responsáveis pelas violações que teriam ocorrido.

"Reconhecemos que alguns passos foram dados", diz a nota, referindo-se à Comissão Nacional da Verdade, entre outras coisas. Logo em seguida, porém, afirma que a comissão não substitui a obrigação do Estado de estabelecer processos judiciais, como determinado pela corte.

No fundo, a nota volta a por em cena o impasse que existe entre a corte vinculada à OEA e a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de 2010, definindo que a Lei de Anistia de 1979 se estende também a agentes de Estado acusados de crimes contra os direitos humanos. (O Estado)

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

30 anos de El Mozote: A maldição de Marcos Diaz



Este texto foi publicado originalmente na versao impressao do jornal Brasil de Fato em junho do ano passado. Publicado aqui hoje por ocasiao do aniversário de 30 anos da tragédia.


O episódio ocorrido em El Mozote, em El Salvador, em 11 de dezembro de 1981, é um dos maiores massacres cometidos contra civis na história recente da América Latina, com pelo menos o dobro de vitimas que My Lay e quiçá levado a cabo com mais requintes de crueldade do que o da vergonha mundialmente famosa promovida na aldeia vietnamita pelos Estados Unidos durante a guerra, nos anos 60.

O famigerado ex-batalhão Atlacatl do exército salvadorenho, numa tentativa desesperada de conter o brote revolucionário no país no inicio dos anos 80, aterrorizou e assassinou quase 1200 civis pacíficos, incluindo idosos, mulheres e crianças de colo. A missão do Atlacatl, financiado e treinado pelos Estados Unidos, era colocar em prática as medidas necessárias para operações conhecidas como tierra arrasada ou, no jargão do próprio exército na época “secar o rio para evitar que os peixes cresçam”.

Contudo, para muitos salvadorenhos, especialmente os da geração pós-guerra (1980-1992), El Mozote é distante, no tempo e também no espaço, apesar do cenário da matança estar a menos de 300 km da capital, San Salvador.

Essa é a ironia da recente e obscura história salvadorenha. El pulgarcito de America (o pequeno polegar da América), como é carinhosamente chamado pela população, também quer, há quase 20 anos, virar páginas de dor. Mas punir os criminosos, rechaçar a impunidade e manter viva a memória nem sempre foi – e muitas vezes não é – entendida como a prova séria dessa disposição. O país continua ignorando-se e sendo ignorado. Setores da sociedade, aqueles envolvidos com massacres, esquadrões da morte e desaparecimentos, querem incentivar o esquecimento em lugar da toma de consciência critica e isso faz com que, como nação, o lugar se mantenha olvidado.

Em nível latino-americano essa invisibilidade e desmemoria é igualmente latente. Brasileiros, particularmente, também tendem a conhecer mais da simbólica história de My Lay do que sobre os fenômenos e dores, com semelhança de caráter e motivações, que nosso continente sofreu. Não temos a menor idéia do que foi o El Mozote. A América Central toda, e quase sempre, não é vista no senso-comum mais do que como um pedaço de terra entre o sul e o império onde houve guerras, há vulcões e terremotos e nem nos envergonhamos dessa grotesca e absurdamente rasa idéia que temos da nossa própria geografia e história.

PARA CHEGAR AO EL MOZOTE

Sem veiculo próprio - como acontece em muitos destinos de El Salvador - o acesso não é muito simples, embora as estradas hoje em dia sejam bastante razoáveis. A falta de um sistema de transporte público decente no país (tema central de recentes acordos de cooperação entre Brasil e El Salvador) faz com que a viagem seja uma jornada.


Saímos no início da tarde do deprimente Terminal do Oriente de San Salvador com destino à cidade de San Miguel, de onde se toma outro ônibus. Ao chegar aí, pouco depois das cinco horas, já não há transporte até a famosa Perquin, (cidadela que foi o centro do controle guerrilheiro na região nos anos 80), com exceção das populares traseiras de camionetes em uma viagem de duas horas até outro lugarejo histórico, Francisco Gotera, para dai pegar outra pick-up. Para evitar estar na estrada ao anoitecer, decidimos passar a noite em San Miguel para seguir às seis da manhã seguinte.

No outro dia, depois de mais três horas de outro precário ônibus, chegamos ao lugar onde esta o Museu da Revolução Salvadorenha, um pequeno e humilde prédio, organizado pelos próprios ex-combatentes que ainda vivem na região, que abriga um verdadeiro arquivo histórico: armas usadas na guerra, cartazes do Frente Farabundo Martí Liberación Nacional (FMLN) e de organizações internacionais em solidariedade à ex – guerrilha, fotos de homens e mulheres que lutaram na revolução, cascos de bombas de 500 libras do arsenal norte-americano que eram despejadas pelo exército de El Salvador (financiado pelos Estados Unidos na sua política de contra-insurgência e intervencionista) e até os carros utilizados por dois dos cinco comandantes do FMLN durante a guerra, Schafik Handal e Joaquin VillaLobos.

Visitamos o museu pela manhã com a idéia de ir ao El Mozote pela tarde, mas depois das 13h já não há nem pick-ups que passem pelo desvio de Arambala, de onde temos que tomar outro ônibus para, por fim, chegar ao cenário do massacre. Assim, foi apenas na manhã seguinte que conseguimos chegar. Uma minúscula vila, entrada nas montanhas da parte Norte-oriental do país, quase na fronteira com Honduras. Hoje, o vilarejo não deve ser muito diferente do El Mozote do inicio dos anos 80, a não ser pela presença de um monumento a memória do massacre e pelo simpático e singular “posto de informação turística” em frente à igreja.

Alguns minutos depois de descermos do ônibus – com mochilas e caras de turista – no meio da silenciosa e polvorenta vila, uma jovem se aproxima disposta a nos contar a historia. Ao redor, só se vê uma dúzia de residências; a igreja; o passo eventual de uma criança ou adolescente de bicicleta; dois ou três homens, depois da cerca, com lenha ou apetrechos de trabalho agrícola nas costas; alguns cachorros famintos perambulando; um poço pintado de branco de onde se ergue um alto bambu com uma bandeira vermelha do FMLN no topo, e uma pequena mercearia de onde nos observa uma curiosa senhora.

Estamos em frente a diminuta praça onde está o monumento à memória do massacre e que guarda os restos mortais de um milhar de pessoas assassinadas. É ali, em frente aquela placa de metal recortada na forma da silhueta de uma família, colocada em frente a um muro de tijolos com os nomes das vitimas, que ouvimos a humilde guia turística do El Mozote relatar a triste historia da miserável vila e recorrer os lugares exatos das execuções, dos escombros das casas que resistiram aos incêndios provocados pelos soldados para esconder a vergonha da barbárie ali cometida.

VERGONHA ESCONDIDA

Durante 11 anos uma mulher, Rufina Amaya Marquez, foi diante de todo o mundo a única testemunha do massacre, mas pouca gente lhe dava crédito. Ela foi a única pessoa que, milagrosa e bravamente, sobreviveu a asquerosa operação “Yunque y Martillo” do famigerado Batalhão Atlacatl do exército salvadorenho no dia 11 de dezembro de 1981, quando foi executada toda a população de El Mozote e arredores.

Até outubro de 1992, ano em que a guerra civil de pelo menos 12 anos em El Salvador por fim havia terminado, Washington teve sucesso em manter o crime em segredo; enterrado entre mais de mil cadáveres no extremo oriente do país.

Rufina, que viu seu marido e quatro filhos (um deles de oito meses de idade que lhe foi arrancado do peito) serem assassinados, conseguiu, com uma extraordinária forca psicológica, contar a história ao mundo. Seu relato, verificado in locu por jornalistas norte-americanos, foi manchete do The Washington Post e do The New York Times após a legendária Radio Venceremos (órgão oficial de comunicação da guerrilha) ter denunciado o massacre. Porém a Casa Branca, que naquele momento, começo de 1982, debatia se manteria ou não mais apoio para o governo ditatorial salvadorenho combater a guerrilha, precisava desacreditar a história que, no período intrincado da Guerra Fria, deixava o país entre o dilema de manter a “segurança nacional” e o suposto respeito aos direitos humanos (já que os políticos americanos estavam cientes do nível de violência em El Salvador) que os Estados Unidos julgavam, e julgam, exercer.

“SECAR O RIO”

No dia primeiro de dezembro de 1981 a guerrilha foi informada de que havia sido confirmado um operativo militar de grande envergadura na região. O governo salvadorenho queria “resgatar” Morazan das mãos dos guerrilheiros que tinham o controle político no Oriente do país. Os oficiais temiam que se a guerrilha não fosse retirada de Morazan, o país, o menor de todo o continente Americano, com apenas 21 mil km quadrados, pudesse terminar dividido em dois.

O batalhão Atlacatl, treinado pelo carismático e truculento coronel Domingos Monterrosa (homem de confiança dos norte-americanos) era uma classe diferente da maioria dos soldados salvadorenhos. Eram mais ferozes, mais profissionais e muito melhor equipados. Sempre com dinheiro e estrutura norte-americana. Nesse período os EUA haviam dado um passo em frente no financiamento da guerra (que totalizou 500 milhões de dólares, oficialmente, entregues ao governo salvadorenho para combater a guerrilha), mas não estavam dispostos a envolver seus soldados diretamente, já que o país ainda estava sob a ressaca histórica do Vietnam.

O El Mozote estava dentro da zona controlada pela guerrilha, mas os rebeldes não eram capazes de oferecer aos civis suficiente proteção. Em uma operação do exercito de grande porte a população civil também tinha que fugir. Mas a população do El Mozote, no inicio daquele dezembro, decidiu ficar.

A MALDIÇÃO

Como em muitas outras comunidades do Departamento de Morazan, a população se esforçava em manter-se neutra durante a guerra e muitas vezes, de fato, tinha medo da guerrilha. Contudo, a confiança no exército, e em Marcos Diaz, contribuiu para levar todo o vilarejo à morte.

Segundo o livro “Vagalumes no El Mozote” (tradução livre do espanhol) publicado em El Salvador pelo Museu da Palavra e da Imagem (MUPI) com relatos da história feitos por Santiago, responsável pela legendária Radio Venceremos (Carlos Henrique Consalvi, atual diretor do MUPI), pelo jornalista norte-americano Mark Danner e pela própria Rufina Amaya, o dono da única mercearia da comunidade organizou uma plenária em frente a sua casa no início de dezembro de 81. Ele contou aos moradores o que lhe haviam dito em San Miguel, onde ele fazia as comprar para abastecer sua lojinha.

Um oficial do exército lhe garantiu que, apesar da operação militar estar realmente dirigindo-se ao El Mozote, o melhor a fazer era ficar na vila e permanecer nas casas para não correr o risco de que os soldados os confundissem com guerrilheiros em retirada. Marcos Diaz confiou na sua fonte no exército e a população do El Mozote confiou em Marcos Diaz.

A maioria ficou na vila, sabendo que o exército se aproximava, mas confiantes de que, por não serem colaboradores da guerrilha, nada de mal lhes ocorreria. A certeza converteu-se em decepção e morte e para Marcos Diaz, em uma maldição. O batalhão Atlacatl estava ali para levar a cabo uma estratégia política. civil organizada. A inédita e histórica vitória eleitoral no ano passado do FMLN, o ex-grupo guerrilheiro transformado em partido institucional depois dos Acordos de Paz de 92, tem gerado expectativas positivas em diversas organizações de direitos humanos e atores políticos do país, inclusive na comunidade internacional, para a plena realização dos direitos das vitimas por justiça e reparação nesse episódio do El Mozote e em diversos outros casos de violação dos direitos humanos durante a guerra civil no age:PT-BR">Oficialmente, a missão era aniquilar a Radio Venceremos. A rádio da guerrilha era a obsessão do coronel Monterrosa que não admitia e se enfurecia com a sua existência. O Atlacatl foi ao norte de Morazan, com destino a Guacamaya, onde de fato foi um dos lugares de funcionamento da emissora. Porem a inteligência da guerrilha já havia tomado conhecimento do operativo e o coletivo da rádio partiu do acampamento muito antes da chegada do exército. Durante seu trajeto a Guacamaya, o Atlacatl aterrorizou e assassinou em Perquin, em Torilas e no El Mozote finalizou sua missão de barbárie.

“Vagalumes no El Mozote” relata que o batalhão levou dois dias para cumprir o se pode chamar de ritual. A população foi dividida entre homens, mulheres e crianças; cada grupo encerrado em uma casa da comunidade. Os homens, que estavam na igreja, foram os primeiros. Foram levados em pequenos grupos atrás do prédio e metralhados e os que ficavam agonizando eram decapitados. As cabeças, cujos crânios foram encontrados anos mais tarde, foram amontoadas perto da sacristia. Pouco depois foi a vez das mulheres. Os soldados selecionavam as mais jovens e as arrastavam para os cerros nos arredores. As outras ouviam os gritos das que estavam sendo estupradas. Depois, os soldados voltaram às casas e começaram a separar as mães dos filhos. Grupos de mulheres eram levados a execução na pequena praça da vila e a casa aos poucos se enchia de órfãos aos prantos. Os soldados do Atlacatl por fim terminaram sua missão, matando todas as crianças do El Mozote.

Rufina Amaya assistia todo o repugnante ritual escondida atrás de um pé de maçã, que ainda existe no El Mozote reconstruído. Quando enfileiravam as mulheres na praça, ela, que estava ao final de um dos grupos, aproveitou a distração do soldado em meio ao alarido de desespero e se arrastou por baixo de uma cerca escondendo-se atrás da arvore onde permaneceu por todo um dia e toda uma noite. Ela faleceu em 2007, mas deixou registrado no livro publicado pelo MUPI o seguinte depoimento:

“Yo no sabía qué hacer. Estaban matando a mis hijos. Sabía que se regresaba allá me harían pedazos, pero no podía resistir escuchar los gritos de mis hijos. No podía soportarlo. Tenía miedo de llorar ruidosamente. Pensé que iba a gritar, que me iba a volver loca. No podía soportarlo y suplicaba a Dios que me ayudara. Le prometí que si él me ayudaba, yo le contaría al mundo lo que había ocurrido aquí. Después me amarre el cabello y la falda entre las piernas y me arrastre sobre el estomago detrás del árbol. Allí había animales. Unas vacas y un perro me vieron e yo tuve miedo de que hicieran algún ruido, pero Dios hizo que estuvieran silenciosos. Me arrastre entre ellos. Cruce la calle bajo un cero de púas y cruce entre las plantas de maguey hacia el otro lado. Me arrastre lejos a través de las espinas. Cavé un pequeño hoyo con mis manos y coloque mi cara dentro de él para poder llorar sin que nadie me oyera. Todavía podía oír los niños gritando y llorando. Me quedé allí con la cara en la tierra y lloré”.


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Durante as negociações para a paz em El Salvador, já no começo dos anos 90, foi estabelecido que seria criada, com intermediação da ONU, uma comissão internacional, chamada Comissão da Verdade, para investigar e fazer público os acontecimentos que marcaram a historia país e apontar recomendações. O documento define a guerra civil salvadorenha como “loucura” e “delirante”.

Assim como no Brasil pós-ditadura, a luta por memória, verdade e justiça em El Salvador têm sido conduzida pela sociedade civil organizada. A inédita e histórica vitória eleitoral no ano passado do FMLN, o ex-grupo guerrilheiro transformado em partido institucional depois dos Acordos de Paz de 92, tem gerado expectativas positivas em diversas organizações de direitos humanos e atores políticos do país, inclusive na comunidade internacional, para a plena realização dos direitos das vitimas por justiça e reparação nesse episódio do El Mozote e em diversos outros casos de violação dos direitos humanos durante a guerra civil no país que deixou um saldo de pelo menos 70 mil mortes.

Entretanto, permanece como o grande desafio da democracia salvadorenha e da plena reconciliação nacional – analogicamente ao desafio brasileiro pós-regimes militares – a revisão da Lei de Anistia. Ela é uma norma ainda vigente que estabelece a extinção penal de todos os que estiveram envolvidos na violação dos direitos humanos durante o conflito salvadorenho. Na prática, a possibilidade das vitimas exigirem justiça com base na informação do relatório da Comissão da Verdade está vedada por esse obstáculo.

Ainda hoje, nenhuma investigação ampla foi levada a cabo no país pelo Estado, ninguém foi condenado em El Salvador e permanece a impunidade.


*Aleksander Aguilar é jornalista graduado, mestre em Estudos Internacionais pela Universitat de Barcelona e doutorando em Ciência Política pela UFPE.

Deputados 'céticos' vão monitorar Comissão da Verdade

Integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara montam subcomissão para pressionar por investigação efetiva das circunstâncias de crimes cometidos pela ditadura militar. Sem possibilidade de punição de assassinos e torturadores pela Comissão, deputados esperam que investigações tragam à luz o máximo de fatos possíveis.


Céticos em relação à capacidade da Comissão da Verdade sancionada pela presidenta Dilma Rousseff de investigar crimes cometidos pela ditadura militar, deputados da Comissão de Direitos Humanos da Câmara instalaram, nesta terça-feira (13), uma subcomissão para fazer o acompanhamento externo dos trabalhos.

Sem meias palavras, a presidenta da Comissão de Direitos Humanos, Manuela D'Ávila (PCdoB-RS), foi bastante clara sobre os propósitos do grupo. “O ponto nevrálgico que nós leva a criar esta subcomissão é estabelecer toda a pressão política possível para fazer a Comissão da Verdade, de fato, funcionar”, afirmou.

Para comandar a subcomissão, foi escolhida a deputada Luíza Erundina (PSB-SP), que foi contra a lei da Comissão da Verdade porque não haverá punição a assassinos e torturadores. “Nós queremos ser a ponte entre a sociedade e a Comissão da Verdade, ajudando-a a acumular forças para levar seu trabalho às últimas consequências”, disse.

A crítica das parlamentares à Comissão, criada pela Lei 12.528, de 18 de novembro, é conhecida e reverbera a opinião de parte considerável das instituições de defesa dos direitos humanos, em especial as que reúnem familiares das vítimas da ditadura.

Para este grupo, a lei aprovada foi a possível, não a desejada. “É um instrumento de caráter muito restrito. São apenas sete membros para investigar 42 anos de história em um país deste tamanho, sem recursos suficientes para tal”, afirmou Erundina.

A deputada acredita que a subcomissão, ao contrário, terá mais liberdade e estrutura logística para trabalhar. Oito deputados participarão como membros, mas aspectos como orçamento, número de servidores auxiliares, dentre outros, ainda não foram discutidas.

A deputada aposta que, se conquistar apoio popular, a subcomissão poderá se transformar no instrumento político capaz, por exemplo, de rever a Lei de Anistia, perpetuada após ter sido julgada constitucional pela Supremo Tribunal Federal (STF) e de cobrar do governo a abertura total e imediata dos arquivos da ditadura que, conforme decreto assinado em pela presidenta, permanecerão em sigilo por mais 25 anos.

Com um otimismo contagiante, Erundina propõe como foco inicial dos trabalhos a Operação Condor, articulação entre governos dos Estados Unidos e da América do Sul para perseguir e eliminar ativistas de esquerdas, considerada uma das mais sangrentas ações de terrorismo de Estado já registrada na história, e na qual o Brasil teve papel decisivo. “Contaremos também com a experiência dos países vizinhos, em especial da Argentina, que é uma espécie de modelo para nós”, explicou.

Cooperação internacional
O deputado argentino Juan Cabandié, que participou do ato de instalação, relatou a experiência de seu país que, não só vem investigando a história dos chamados anos de chumbo, como punindo rigorosamente os culpados. “Já condenamos cerca de 800 agentes da ditadura e ainda temos de 600 a 800 por condenar”, relata.

Cabandié, que é filho de uma ativista política desaparecida durante o regime, foi roubado de sua mãe com apenas 20 dias de vida, quando ela estava em uma prisão clandestina, e criado pela família de um militar.

“Os brasileiros têm que construir um relato sobre o que foi o período da ditadura. Precisam contar às novas gerações que o objetivo principal das ditaduras na latinoamericano era o poder econômico. E que, por isso, milhares de pessoas morreram, desapareceram e foram torturadas no continente”.

Para o ativista político Jair Krischke, o Brasil vive uma transição democrática há muitos anos, que parece não terminar nunca. “Nós só podemos pensar em uma democracia consolidada, se toda essa questão for esclarecida. Temos que chegar ao final, e isso só será possível conhecendo a verdade”.

Fiapo de esperança
Autor de livros considerados referências sobre o tema, o jornalista Luiz Cláudio Cunha se diz bastante descrente em relação ao trabalho que será desenvolvido pela Comissão Nacional da Verdade, aprovada pelo Congresso, sancionada pela presidenta e que, agora, aguarda designação dos setes membros que irão compô-la.

“A instalação desta subcomissão nos dá um fiapo de esperança de que a Comissão Nacional possa funcionar. Nós passamos 16 anos com dois presidentes com origem na esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, sem que nenhum deles fizesse um movimento sequer para elucidar o que houve na ditadura. Agora que temos uma presidenta mulher, ex-torturada, ex-guerrilheira, o primeiro movimento parece já sair enfraquecido”, afirmou.

Na opinião do jornalista, a Comissão da Verdade possui poderes muito restritos para apurar a verdade, e nenhum para punir os culpados. Conforme ele, os demais países da América Latina já instalaram suas comissões há muitos anos, punindo culpados e promovendo a justiça social. “A nossa será instalada só no ano que vem para investigar 43 anos em dois anos, com recurso capengas. Se não houver pressão da sociedade e da imprensa mais consciente, nada vai acontecer”, acrescentou.

[Najla Passos - Carta Maior]

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Mídia censura livro sobre "A privataria tucana"

Por Eduardo Guimarães

Neste fim de semana, chega ao público um livro que, apesar de jamais ter sido sequer mencionado em um grande jornal ou em qualquer outro grande meio de comunicação, era aguardado por dezenas de milhares de internautas que dele souberam através da blogosfera e de uma única revista semanal, a CartaCapital.

O livro recém-lançado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr., acusado no ano passado pela grande mídia de integrar complô para montar dossiê contra José Serra, pode não conter apenas acusações sem provas ou meros xingamentos. Segundo o autor, apresenta provas de roubo de dinheiro público no processo que o jornalista Elio Gaspari batizou como “privataria”.

É revelador como o livro A privataria tucana jamais recebeu um único comentário inclusive do autor do termo que resume o que foi o processo de privatização de empresas públicas durante o governo Fernando Henrique Cardoso, ou seja, um dos maiores saques sofrido pela nação em toda a sua história e que superou até a roubalheira da ditadura militar.

A imprensa que vive se dizendo “independente”, portanto, ao tentar esconder o livro “proibido” está dando a ele a maior contribuição que poderia.

Mídia partidária

Explico: se fosse uma obra fraca, com denúncias fracas, seria excelente alvo para veículos partidarizados como Globo, Veja, Estadão e Folha. Se a escondem, é porque seu conteúdo deve ser arrasador. E como quem se interessa por assuntos assim certamente tem acesso à internet e a blogs políticos, a censura aumentará o interesse.

Os grandes meios de comunicação fazerem de conta que não viram o livro, portanto, talvez seja tão importante quanto seu conteúdo, pois pessoas bem-intencionadas que têm dúvidas sobre o partidarismo político daqueles meios agora dispõem de prova incontestável desse partidarismo.

Ora, imprensa que se diz “independente”, se fosse mesmo não precisaria concordar com um livro considerado bombástico para noticiar seu lançamento ou para produzir análises de seu conteúdo. O lançamento da obra é um fato político saboroso para qualquer jornalista de verdade. Aliás, é escandaloso que o autor do termo “privataria” tenha se calado.

Este blogueiro ainda não leu o livro, o que começará a fazer no fim de semana. Até aqui, portanto, não sabe se as denúncias são fundamentadas. Pelo tratamento que a obra está recebendo da mídia, é possível concluir que deve ter muito mais do que suposições e xingamentos.

Se assim for, a mera publicação da obra não desnudará tão-somente o partidarismo de uma máfia que se autoproclama “imprensa independente”; permitirá que os setores pensantes e decentes da sociedade descubram se o Brasil tem Poder Judiciário ou se são todos comparsas dos poderosos chefões midiáticos.

sábado, 10 de dezembro de 2011

10 de dezembro: Dia dos Direitos Humanos

COMISSÃO DA VERDADE E OMISSÃO DO ESTADO

Por Renato Della Vechia

Recentemente foi criada pelo Congresso a Comissão da Verdade. Seu objetivo é investigar e tornar público os crimes cometidos pelo Estado contra cidadãos desde 1945 até o final do período militar. Aparentemente uma medida importante e que teria como finalidade esclarecer os crimes (os chamados excessos) cometidos pelo Estado brasileiro.

Apesar de alguns ainda considerarem que a tortura e assassinatos aplicados pelo Estado foi necessário no “combate ao comunismo”, cabe lembrar que uma das principais funções do Estado é a segurança dos cidadãos, mesmo daqueles que estão sendo punidos e sob guarda das instituições públicas. Podemos até aceitar que indivíduos ajam a partir de motivações pessoais (racionais ou não), no entanto, sob hipótese alguma poderíamos conceber que o comportamento das instituições públicas se dê a partir das mesmas motivações. Portanto, se um indivíduo que age por vingança pode ser, em certas circunstâncias, até mesmo perdoado pelo Estado, o mesmo não vale para instituições que tem um conjunto de códigos de conduta e leis a seguir.

Por si só, toda forma de tortura é degradante para quem a executa. Desde o assédio moral até os espancamentos que ainda hoje acontecem em delegacias de polícia em nosso país. Mas que dizer de fatos como o esquartejamento e desaparecimento do corpo do ex-deputado federal David Capistrano? Ou dos corpos dos militantes do PC do B no Araguaia que foram queimados em uma enorme vala com pneus e gasolina derramada em cima? Ou ainda do jornalista Mário Alves, empalado vivo com um pedaço de madeira cheio de estrias de aço e que morreu de hemorragia, sangrando sem parar durante algumas horas e sem atendimento na delegacia de polícia em que estava? E inúmeras outras histórias de estupro e assassinatos, sem falar da utilização de cobras e jacarés utilizados para amedrontar presos políticos, ou de baratas introduzidas em vaginas e ânus dos detidos. Ou dos instrumentos como a Coroa de Cristo, pontiaguda com pontas de aço e um torniquete, a qual era colocada sob a cabeça dos presos e o torniquete era apertado até que as pontas de aço perfurassem o cérebro. Apenas “excessos”?

O que alguns chamam de “combate ao terrorismo” na verdade foi um verdadeiro “circo dos horrores”, onde tudo era permitido pelos governantes de então e acobertado pela grande mídia.
Claro que a repressão não ocorreu apenas no Brasil, mas sim em diversos países da América do Sul. O que é exclusivo de nosso país não é a repressão em si, mas sim o fato de ser o único país a não punir ninguém pelos crimes cometidos.

Aqueles que não querem a punição dos culpados frequentemente afirmam que houve “excesso” dos dois lados. É verdade que houve mortes ocasionadas por ações armadas da esquerda. No entanto não tem como colocar tudo no “mesmo saco”. Nem nos livros publicados pelos integrantes das forças repressivas existe uma única denúncia de tortura praticada por membros da esquerda. Em segundo lugar, quem optou pela luta armada estava lutando pela democracia e contra um regime autoritário. Não houvesse o golpe que acabou com a democracia no país, não haveria a resistência armada. Sem falar que a quantidade de mortes é incomparavelmente menor e que na maioria dos casos em que aconteceu seus responsáveis de alguma forma foram punidos com prisões, torturas e exílio.

A lei de anistia, que buscou “colocar uma pedra” no problema e isentar de responsabilidade os dois lados, na realidade foi apenas um mecanismo para impedir que no futuro os responsáveis fossem punidos, e é nesse sentido que defendemos que ela precisa ser revista.

Para os que acham que crimes foram cometidos dos dois lados, não há problema em organizarmos julgamentos de quem cometeu algum tipo de ação que resultou em mortes. Nesse caso analisaríamos o caso e as circunstâncias, o delito cometido, as possíveis penas que muitos já cumpriram e verificaríamos se estes ainda “devem” algo para a justiça.

Da mesma forma, colocaríamos no banco dos réus todos aqueles que executaram tortura e assassinatos, bem como todos os que mandaram e os que foram coniventes e tentaram acobertar os fatos. Dessa forma, sim, teríamos construído justiça em nosso país, e não com uma comissão que não tem poderes, é limitada em sua estrutura e não tem foco em suas investigações.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Direitos Humanos e Políticas de Memória

No Dia dos Direitos Humanos, a capital gaúcha sedia mais uma atividade
realizada pelo Arquivo Público

Desde 2009, no Dia dos Direitos Humanos (10/12), o Arquivo Público de Porto Alegre, promotor do evento, junto com a Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa/RS e o Departamento de História/UFRGS organiza debates sobre o tema.

Neste ano, a proposta é sobre "Direitos Humanos e Políticas de Memória".

Mais informações abaixo, no banner digital:

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

MÃOS AO ALTO! É um assalto o aumento das passagens dos ônibus!

Ato público contra o aumento da passagem do transporte acontece hoje,
com a organização do Fórum de Lutas Sociais


Mais uma vez, a Prefeitura de Pelotas e os empresários do transporte coletivo saqueiam o bolso do trabalhador, na calada da noite!
Ônibus velhos, cheios, sujos e atrasados fazem parte do dia-a-dia do povo de Pelotas.
Os empresários só querem o lucro, e a Prefeitura, que deveria fiscalizar o transporte público e obrigar as empresas a cumprirem a lei, não faz a sua parte e ainda presenteia os patrões com mais um aumento. Sem contar que todos os cálculos feitos para justificar o aumento são mantidos em sigilo e o povo só fica sabendo quando tudo está resolvido, pois o Conselho Municipal de Transportes não funciona em nosso município.

Contra este abuso, precisamos dar o troco! Só o povo mobilizado pode responder a este ataque!


ATO CONTRA O AUMENTO DAS PASSAGENS DE ÔNIBUS

DIA 1º DE DEZEMBRO (QUINTA-FEIRA) ÀS 17 HORAS, NO CHAFARIZ DO CALÇADÃO
COMPAREÇA!

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

IMA participa do Programa Nossa Luta

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Pelotas possui um programa de TV semanal, denominado Nossa Luta. No último dia 22, o IMA teve participação no programa, através do coordenador do Ponto de Cultura Memórias em Movimento, Lauro Borges.

A participação contextualizou o "Fórum das Lutas Sociais", construido após o movimento 15-O em Pelotas. O IMA é um dos articuladores do movimento na cidade.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

IMA sediará hoje mais uma reunião do fórum de lutas sociais

Dando continuidade aos debates frutificados do movimento 15-O em Pelotas, hoje o debate colocará em pauta o aumenta da tarifa dos ônibus e as programações dos 200 anos de Pelotas

Hoje, a partir das 18 h, o IMA terá em sua sede mais uma reunião do fórum de lutas sociais de Pelotas, fórum surgido a partir das mobiizações mundiais contra a crise global no dia 15 de outubro e que busca aglutinar os lutadores da cidade.

Participe ao lado de movimentos sociais de nossa cidade e região e mais avanços de pautas da nossa realidade!


terça-feira, 22 de novembro de 2011

A SOLIDÁRIA RESISTÊNCIA DOS CUBANOS

Na Bibliotheca Pública Pelotense, que esteve comemorando 136 anos,
escritor Fernando Morais participou de “Conversa sobre livros”

Ele desembarca em Havana com aparelho de tevê para a namorada. Ainda no aeroporto é preso pela polícia cubana. Como motivo, o transporte de quatro quilos de explosivos dentro da tevê. Noutro episódio, visitante também é preso na chegada à ilha. Embora calçasse 41 estava usando sapato 44. Como causa à prisão, o explosivo plástico que estava acondicionado no bico do calçado. As prisões, evitando ações terroristas, foram possíveis devido a informações da “Rede Vespa” – agentes cubanos infiltrados em grupos de exilados de extrema direita, estabelecidos na Flórida. Fatos relatados pelo jornalista e escritor Fernando Morais que, em novembro, participou do projeto “Conversa sobre livros”. No salão nobre da Bibliotheca Pública Pelotense (BPP) – iniciativa em conjunto com o Instituto Mário Alves (IMA) -, durante quase duas horas, o autor de sucessos como “A Ilha”, “Olga”, “Chatô – o Rei do Brasil” e “O Mago”, falou sobre Cuba, imprensa, as novas tecnologias, livros adaptados para cinema, e autografou “Os últimos soldados da Guerra Fria” (416 páginas), publicação da Cia. das Letras.

DIÁSPORA AGRESSIVA – O autor contou sobre a origem do livro. Em 1998 estava num táxi em São Paulo, em meio a extenso engarrafamento, quando ouviu no rádio que agentes cubanos haviam sido presos pelo FBI nos EUA. O “faro” jornalístico, como acrescentou, motivou a busca pela história. Numa primeira tentativa de acesso aos dados e documentos, ouviu de autoridades cubanas que se tratava de “informação sensível”. Em 2005, participando de uma Bienal do Livro em Cuba, quando já estava com voo marcado de retorno ao Brasil, soube que o material havia sido liberado. “Naquele momento estava no meio da biografia de Paulo Coelho, e expliquei que não seria possível. Então pedi que guardassem o material. Eles foram fiéis e três anos depois procurei pela história. Em 2008 entreguei os originais da biografia e fui para lá. Durante quase dois anos tive de realizar quinze viagens, indo a Havana, Miami e Nova York”, explica. Contextualizando, o escritor mencionou a crise cubana com o fim da União Soviética. “O PIB desabou da noite para o dia, os acordos perderam a validade. Como salvação, o turismo possibilitando a chegada imediata de recursos. Com isso, o dinossauro sai do coma e a economia se restabelece. Porém, na Flórida reside um milhão de cubanos. Os exilados formam uma diáspora agressiva, formada por torturadores, proxenetas, também aqueles que tiveram indústrias expropriadas sem qualquer indenização, e até alguns que divergem de forma ‘consciente’. Eles decidiram que o turismo deveria ser atacado. E foram contratando mercenários para minar o ‘boom’ econômico, com ataques a aviões, casas de espetáculos, vans e hotéis”, ressaltou Morais.


RESISTÊNCIA – 14 agentes cubanos, integrando a “Rede Vespa”, foram infiltrados entre os grupos de exilados. Doze homens e duas mulheres, que não se conheciam nem sabiam sobre as missões. Entre eles, diplomata e oficiais militares. Para legitimar a chegada a Miami, protagonizavam deserções como o abandono de missão diplomática ou fuga em avião militar. Nos EUA eram ovacionados, e a imprensa dos exilados estampava que a revolução havia acabado. O aspecto dramático, disse Morais, é que nem as famílias dos agentes sabiam sobre o trabalho. Assim, familiares eram apontados na rua. Os filhos ouviam que o pai era traidor. O orçamento da Rede Vespa era de apenas duzentos mil dólares, portanto muito aquém do glamour de filmes como James Bond. Na Flórida, os agentes residiam em quitinetes e tinham de trabalhar. Como curiosidade, um ex-comandante de coluna com blindados na Guerra de Angola que, em Miami, ensinava salsa à comunidade gay. Outro comandante de jato da força aérea cubana, transformou-se em personal trainer de milionários, trabalhando nos bairros chiques. Um dos agentes, para reforçar a fachada, chegou a casar nos EUA.

OVO DA SERPENTE – Entre os trinta mil documentos e informações enviados pelos agentes cubanos, estavam as indicações sobre os mercenários com explosivos na tevê e calçados. Pouco tempo depois, numa operação da Swat durante a madrugada, houve a prisão de dez agentes. Escaparam três que não estavam em casa, e um que conseguiu voltar à ilha. Do grupo preso, cinco beneficiaram-se da “delação premiada”. Os outros cinco resistiram, sendo que quatro receberam prisão perpétua. Num caso, disse Morais, a condenação foi de duas prisões perpetuas e mais quinze anos. “Como não havia canal de contato entre Cuba e os EUA, Fidel contou com o Nobel de literatura Garcia Marquez. O escritor colombiano estava em Cuba, reunindo anotações para escrever artigo sobre a visita do Papa. Como posteriormente iria participar de evento em Princepton nos EUA, Fidel solicitou que entregasse dossiê ao então presidente Clinton. Ali constavam nomes, endereços e descrição dos terroristas que estavam financiando atentados. O último parágrafo, escrito por Fidel, chega a ser profético. Alertava que a desenvoltura de ação dos grupos, no momento ameaçava Cuba, mas no futuro poderia ser problema para os americanos. Isto aconteceu três anos antes dos atentados de 11 de setembro. E na Flórida é que estavam os terroristas da Al Qaeda. Ali aprenderam a lidar com explosivos e pilotar aviões. Consegui inserir no livro esse trecho de Fidel. Mas antes tive de pedir ajuda para Frei Betto, Ricardo Kotscho e até Hugo Chávez, pois não era simples o acesso ao dossiê”, mencionou. Morais acrescenta que os agentes cubanos receberam a solidariedade de afro-descendentes nas prisões americanas. Como Cuba havia lutado em Angola, contra o então Apartheid e inimigos patrocinados pela Cia., os afro-americanos – maioria nas prisões -, reconheceram o povo que apoiou negros na África. No livro também consta longa entrevista com ‘mercenário’ preso em Havana. Para o contato, Morais também recorreu ao apoio de nomes como Chávez. No relato do mercenário, a revelação de que não se dispôs ao risco, pelo valor de 1.500 dólares, tampouco convicção ideológica. A motivação é que havia assistido a filmes de Sylvester Stallone; daí procurou reproduzir a violência da ficção.

FBI – Para informações nos EUA, apoio de jornalista do New York Times. O jornalista americano havia feito reportagens sobre os grupos de exilados cubanos da Flórida. Como retaliação, casa havia sido metralhada, os freios do carro foram cortados – ocasionou acidente -, e recebeu telefonemas com ameaças. O FBI também colaborou com o autor brasileiro, porém as declarações ficaram em “off”.

CUBA – Morais ouve que é “fóssil”, que Cuba não deu certo, enfim, as críticas recorrentes. Ele reconhece que há “problemas, sendo necessário corrigir erros”, mas rebate citando frase de João Paulo II, que está quase apagada num outdoor perto do aeroporto José Martí em Havana: “Nessa noite duzentas milhões de crianças vão dormir na rua, nenhuma delas é cubana”. E o autor destaca o recente desempenho no Pan-Americano. Mesmo há décadas sofrendo pesado bloqueio econômico, o que acarreta inúmeras limitações, atletas cubanos ficaram atrás – ranking de medalhas – apenas dos EUA. Além disso, destaca a solidariedade dos 22 mil médicos cubanos que estão na Venezuela, residindo em favelas. Morais frisa que não há analfabetos e o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), é comparável a países desenvolvidos. A exemplo, 4,5 óbitos a cada mil nascimentos. No Brasil é 22 a cada mil, nos EUA são oito. Conforme a UNESCO, da fronteira sul dos EUA até Pólo Sul, somente Cuba eliminou a desnutrição infantil. Recentemente Cuba permitiu a compra e venda de imóveis, limitando ao máximo de duas propriedades a cada cidadão.

Imprensa, livros, Internet e filmes

Fernando Morais respondeu várias questões do público. Em relação ao jornalismo: “A imprensa virou partido político. A exemplo, discrepâncias como tratar Médici – provavelmente o mais violento líder político da história brasileira -, como ex-presidente, enquanto Hugo Chávez é chamado de ditador. E Chávez, no entanto, tem sido reeleito nas urnas pela maioria do povo venezuelano. Mas lentamente, com o aumento de cursos universitários no País, tem aumentado o senso crítico da população. O que gosto de frisar em relação à imprensa, é que a honestidade é que costuma dar certo”. E comparou o Brasil com os EUA. Enquanto no Brasil, mesmo grupo pode ser proprietário de jornal impresso e veículos eletrônicos, nos EUA isto não é permitido. Outra comparação, refere-se à programação em “rede”. Para o jornalista, no Brasil as redes baseiam-se no “Morumbi way of life ou Ipanema of lyfe”, desconsiderando as peculiaridades do País. Já nos EUA, 80% da programação de uma rede deve ser regional. Como jornalista, Morais já realizou três entrevistas com Fidel Castro.

LIVROS – Há trinta anos, Morais vive de direito autoral. Dos dez livros publicados, seis estão comercializados para cinema. Sua meta é consolidar carreira internacional. Assim, livro “A Ilha” foi publicado em quatro países. “Olga” está em vinte países. Já “O Mago” chegou a 41 países. Nos planos, biografia de Antônio Carlos Magalhães (ACM). O autor disse que não tem pressa para publicar, pois durante nove anos realizou entrevistas com o líder baiano. Trata-se de material exclusivo. Com Lula, esta negociando a possibilidade de uma biografia. Outra possível publicação seria a biografia de Darcy Ribeiro. Durante dois anos, quando Morais foi secretário da Cultura de São Paulo, conviveu diretamente com o antropólogo. Darcy Ribeiro concebeu o Memorial da América Latina, posteriormente desenhado por Niemeyer. Na pauta também livro sobre o possível assassinato do ex-presidente João Goulart. Ex-agente da polícia uruguaia, preso em Charqueadas, garante que a morte foi ação da então Operação Condor.

INTERNET – “É a maior revolução da humanidade, e está apenas no começo. Hoje, qualquer um tendo computador e celular, pode virar Roberto Marinho. Divulga material e ainda vende espaço. Na Internet, a vantagem é a imagem em movimento. Como exemplo, a morte de Khadaffi. As imagens de um celular foram disputadas pelas grandes redes. O futuro do impresso será a opinião e grandes reportagens, elaboradas durante dois meses”, afirmou. Em Macaé no Rio de Janeiro, o sistema Wi-Fi é oferecido a toda cidade. Logo essa disponibilidade de acesso à Internet, estará em todo País.

CINEMA – Investidor paulista adquiriu direitos do livro “Os últimos soldados da Guerra Fria”. Ainda é prematuro mas há chance de Oliver Stone dirigir o filme. Como dica, Morais recomenda documentários de Michel Moore. “Não sou anti-americano, mas ele mostra que o capitalismo só é bom para quem tem dinheiro. É o que eles chamam de oportunidades”, conclui.


Falas na abertura

Lauro Borges (IMA), e João Alberto (BPP), manifestaram-se na abertura da “Conversa sobre livros” no sábado. Na sequência, jornalista Pablo Rodrigues ressaltou que a Feira do Livro deve oferecer espaço ao debate. E frisou o quanto a abordagem dos autores, é capaz de marcar o público. Professora Maria de Fátima Ribeiro, diretora da Campus da Unipampa em Jaguarão, abordou sobre a “Carta da Fronteira”, que visa aproximar culturalmente Brasil e Uruguai. Já o prof. Gilnei Oleiro (IF-Sul), lembrou da Feira do Livro de 2000, quando houve agenda de debates, reunindo autores. Também citou a enigmática “Estética do Frio” – teoria cuja validade talvez fique ameaçada nas temporadas primavera-verão.


* Carlos Cogoy é jornalista, editor de "Cultura" do jornal Diário da Manhã. Professor de Filosofia – Pelotas/RS.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

FÓRUM DE LUTAS SOCIAIS DE PELOTAS-RS

A luta continua!

No próxima quinta-feira (17) haverá uma nova reunião para a continuação
de movimentações e contruções para uma realidade mais democrática

No dia 1º de Novembro deste ano foi realizada no Instituto Mário Alves, uma reunião de diversos coletivos, movimentos, sindicatos e indivíduos com o objetivo de continuar construindo um fórum permanente onde permita-se congregar e organizar as diversas lutas e lutadores sociais existentes em nossa cidade.

A partir da rica experiência da construção coletiva do ato mundial dos indignados no dia 15 de Outubro (15-O), compreendemos ser necessário seguir dando passos firmes na unificação de nossas lutas, para que possamos golpear com mais força nossos grandes inimigos.

O movimento coletivo que continuamos a construir permanece e permanecerá aberto a novas idéias e adesões. Em comum, temos a indignação contra as mazelas sociais causadas pelo sistema econômico dominante no Planeta Terra e o objetivo de somar nossas forças em todos os momentos possíveis, tanto para organizar novas lutas sociais, quanto para apoiar as já existentes.

A crise econômica mundial que se mantém e se agrava a cada dia, gerou e continua gerando respostas dos povos, principalmente na África, na Europa e nos Estados Unidos da América. No Brasil, vivemos em estado de permanente crise social, compreendemos ser necessário dar respostas permanentes aos exploradores, portanto, chamamos à participação na continuidade da construção do Fórum de Lutas Sociais de Pelotas.

A próxima reunião do Fórum de Lutas Sociais de Pelotas será no dia 17 de Novembro de 2011 (quinta-feira), no Instituto Mário Alves (Rua Andrade Neves, esquina com Rua Uruguai), às 17h30. Nesta reunião, pretendemos seguir o debate e encaminhamentos sobre as lutas sociais existentes, bem como dar continuidade ao debate de construção de uma campanha “por outros 200 anos para Pelotas”.

Contamos com o a participação de todos e com o apoio para a socialização desta nota.

INSTITUTO MÁRIO ALVES/IMA - ANEL – ASUFPEL – CSP/CONLUTAS – COLETIVO JUNTOS – COLETIVO LEVANTE SATOLEP – COLETIVO TRANCA RUA – DCE UCPEL – DCE UFPEL – LEGIÃO ORGANIZADA – LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE – RÁDIOCOM – SINASEFE – SITRAMICO SINDICATO DA ALIMENTAÇÃO – SINDICATO DOS BANCÁRIOS - SINDICATO DOS METALÚRGICOS

Confira o video do 15-O em Pelotas:


sábado, 12 de novembro de 2011

Seja mais um colaborador do IMA!

Um colaborador do IMA é um incentivador da luta social
e contribui para o fortalecimento dos movimentos sociais e culturais



Car@s Companheir@s
O IMA completou, em maio deste ano, 10 anos de existência.

Neste período, muitas foram as atividades realizadas, como seminários, debates, palestras, mostras de filmes, apresentações artísticas e outras. Todas, sem exceção de nenhuma, tiveram como referência a construção de um projeto independente de formação política para os movimentos sociais de Pelotas e região. Além disto, construímos um importante acervo de filmes e livros nas áreas da política, economia, história, ciências sociais e cultura, abertos à comunidade e a seus associados.

E aí que...
No momento em que aprovamos projetos importantes que muito contribuirão para o conhecimento de importantes fatos de nossa história e estamos nos colocando o desafio de garantir um funcionamento mais profissional e organizado do Instituto, vimos solicitar sua contribuição para garantir a sustentabilidade desta proposta.

Um colaborador e fomentador do IMA têm acesso a todo acervo do Instituto em biblioteca e videoteca, além de ter descontos em inscrições de futuros seminários e eventos que o Instituto organizará. Mas o mais importante: Um colaborador do IMA contribui para o fortalecimento dos movimentos sociais e culturais.

Como se tornar colaborador?
Esta contribuição pode ser feita através da associação ao IMA ou da regularização das mensalidades porventura atrasadas. Para facilitar este processo, a contribuição mensal pode ser paga na Sede do Instituto (Andrade Neves, 821 ) ou, se você possui conta no Banco do Brasil ou no Banrisul, através de débito em conta. Neste caso, solicitamos que envie um email para imapelotas@yahoo.com.br que entraremos em contato e tomaremos as providências necessárias junto à instituição financeira indicada.

Contamos com sua colaboração!

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

IMA participará da FLIA: Feira do Livro Independente e Autônoma de Pelotas

Além de um dos organizadores do evento, o IMA estará presente com sua livraria
no próximo dia 15


A FLIA é um evento que visa valorizar expressões artísticas e sociais de escritores, músicos, atores, artesões e pessoas criativas em geral, que trabalham de forma autônoma e independente. E não somente unir a diversidade que Pelotas possui na sua cena cultural, mas abrir espaço para organizações e instituições de cunho social, cultural e político que, em muitos casos, não possuem representação na Feira tradicional.

A valorização do universo literário que a FLIA possui em seu objetivo é também oferecer oficinas literárias, métodos de confecções de livros artesanais, debates com os escritores presentes, exposição para venda, troca, doação ou empréstimo de livros. E tudo isso enriquecido com apresentações musicais, teatrais e projeções.

A ideia surgiu na cidade de Buenos Aires, que agora já está na sua 17ª edição, e geralmente ocorre paralela a Feira do Livro de Buenos Aires. A FLIA vem crescendo e se estendendo por muitos países na América Latina, e feito redes entre pequenas editoras, facilitando o mundo das publicações literárias.

A primeira edição do evento em Pelotas ocorrerá durante todo o dia do feriado 15 de novembro, na Travessa nº 1 transversal à Rua Cnel. Alberto Rosa (como mostra a foto abaixo), no Quadrado.

Saiba mais sobre a FLIA-Pelotas AQUI.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

2ª edição da Exibição de Filmes do Ponto de Cultura do IMA encerra hoje com “A culpa é do Fidel”

Na busca de retratar a inserção dos jovens no Movimento Estudantil,
o Memórias em Movimento traz hoje uma produção francesa




É hoje, às 17h30 no Sindicato dos Bancários (Tiradentes, 3087), a última exibição da 2ª Mostra de Filmes do Ponto de Cultura Memórias em Movimento: Juventude, Cultura e Política. A entrada é franca. Participe!

Confira a sinopse do filme de hoje:

A culpa é do Fidel [La faute à Fidel]
Anna (Nina Kervel-Bey) tem nove anos e vive uma vida tranqüila e confortável com seus pais, Marie (Julie Depardieu) e Fernando (Stefano Accorsi), sua babá e seu irmão caçula, François (Benjamin Feuillet). Mas sua vida bem organizada irá se complicar com a prisão de um tio espanhol, que era comunista convicto, e uma visita ao Chile do recém-eleito Salvador Allende.

Sobre a diretora Julie Gavras
Julie Gavras é uma cineasta francesa, de orígem grega, filha do também cineasta Costa-Gavras. Após trabalhar como assistente de direção e dirigir alguns documentários, realizou em 2006 seu primeiro filme de ficção em longa-metragem, La faute à Fidel, lançado no Brasil em 2008 com o título A culpa é do Fidel.

Saiba mais sobre a Mostra de Filmes AQUI.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Mostra de filmes segue hoje com produção do diretor Silvio Tendler

"O afeto que se encerra em nosso peito juvenil" é a produção escolhida
para o segundo dia de exibição

Segue hoje no Sindicato dos Bancários a 2ª Mostra de Filmes do Ponto de Cultura Memórias em Movimento, do Instituto Mário Alves.
Para dar seguimento aos filmes que retratam a inserção dos jovens no movimento estudantil, o filme de hoje resgata a história de militância. Uma das principais ações da iniciativa foi o registro de 100 depoimentos com os principais expoentes desse movimento.

A entrada é gratuita e a exibição começa às 17h30, no Sindicato dos Bancários (Tiradentes, 3087).

Sobre Silvio Tendler
Diretor Carioca, cineclubista, em 1970 saiu do Brasil para o Chile, e de lá foi para a França estudar cinema no Institut des Hautes Études Cinématographiques (IDHEC), em Paris. Fez cursos do cineasta Jean Rouch e foi assistente de direção de Chris Marker no filme La spirale (1973/75). Em 1976, já de volta ao Brasil, começou a reunir material para o documentário Os anos JK, uma trajetória política (1980), um de seus filmes mais importantes, prêmio de melhor montagem no Festival de Gramado e ganhador do troféu Margarida de Prata, da CNBB. Após este filme, dirigiu propaganda política para partidos de esquerda e foi chamado para dirigir programas para a TV Manchete. Em 1981 dirigiu O mundo mágico dos Trapalhões, um documentário em longa-metragem. Realizou em seguida Jango (1984), premiado nos festivais de Gramado e Havana. Em 1999 finalizou Castro Alves. Tendler leciona na cadeira de comunicação social da PUC-Rio. Em 2004 lançou o documentário de longa-metragem Glauber, o filme – Labirinto do Brasil e iniciou a preparação de mais quatro: Milton Santos ou O mundo global visto de cá, Utopia e barbárie – que estreou em 2010 – Verger por Verger e Ter 18 anos em 1968 – este último, um projeto em parceira com a editora Garamond e que envolve, além do filme, um livro. Além disso, tem planos de rodar um documentário sobre Tancredo Neves, cujo centenário de nascimento será comemorado em 2010.

Saiba mais sobre a 2ª Edição de Filmes AQUI.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Começa hoje a 2º Mostra de Filmes promovida pelo IMA/Ponto de Cultura Memórias em Movimento

Com apoio do DCE/UFPEL e Sindicato dos Bancários de Pelotas, a 2ª edição da mostra cinematográfica realizada pelo Memórias em Movimento acontecerá nos dias 7, 8 e 9/11, às 17:30, no auditório do Sindicato dos Bancários (Rua Tiradentes, 3087). A entrada é gratuita e os filmes escolhidos buscam retratar a inserção dos jovens no movimento estudantil.


Filmes: 07/11: "Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil" (Silvio Tendler)
08/11: "O afeto que se encerra em nosso peito juvenil" (Silvio Tendler)
09/11 "A culpa é do Fidel" (Julie Gavras)

Confira o filme que será exibido hoje:
OU FICAR A PÁTRIA LIVRE OU MORRER PELO BRASIL (Silvio Tendler)

Media metragem que resgata a memória do movimento estudantil, passando por diversos fatos marcantes da história brasileira, através de depoimentos de militantes e dirigentes de entidades representativas da classe, como Vladimir Palmeira, Rui César, Franklin Martins, e imagens de arquivo. O documentário conta esses 70 anos de história a partir de um ponto de vista focado na história política e faz um percurso cronológico sobre o período.

Pela Preservação do Acervo do TJRS

Frente ao risco eminente de uma perda histórica irreparável, o IMA pede o seu apoio

No dia 27 de outubro foi divulgado o estabelecimento de convênio entre o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e a empresa CORAG (gráfica do Estado do RS) para dar início a um processo de eliminação de documentos históricos do seu respectivo Acervo.

Serão analisados cerca de 10 milhões de processos e segundo o Tribunal um dos objetivos é "diminuir o custo de manutenção de imensas áreas de prateleiras e espaços que poderiam ter outras finalidades". É informado ainda que "o Tribunal está articulando junto à sociedade civil a participação de entidades interessadas em analisar preferencialmente os processos apontados para a eliminação" e "encontros com historiadores e entidades interessadas para que seja construída uma participação efetiva da sociedade".

Porém informações relativas a este processo parecem não estar sendo devidamente publicizadas. Frente aos inúmeros casos de perda de documentação histórica no nosso país, o Instituto Mário Alves manifesta sua forte preocupação com os destinos do acervo documental ainda a ser explorado pelos pesquisadores e sociedade em geral.

Segundo Parágrafo Único da Resolução n.º 777/2009-COMAG que dispõe sobre a guarda, eliminação de autos e tabela de temporalidade dos processos judiciais referente ao Judiciário do Rio Grande do Sul, "Todos os processos que contenham documentos históricos ou que por sua natureza e conteúdo fático interessem de qualquer forma à história e ao perfil psicossocial da época ou pela importância dos sujeitos parciais envolvidos passarão a integrar o Acervo Histórico do Judiciário".

Porém outra resolução publicada em 2011 (Resolução n.º 878/2011-COMAG) só garante a guarda total de documentos produzidos até 1950. De acordo com tal resolução disponível no sítio do TJRS, apresenta-se uma tabela de temporalidade – feita de acordo com critérios questionáveis sem incluir os historiadores – que condena à eliminação testamentos, inventários, mandatos de segurança, diversos documentos administrativos e fundiários, documentação referente a direito de família e previdenciário, atos infracionais. Conforme o divulgado, atuarão nesse processo de seleção do que será eliminado, estagiários em Direito e de Ensino Médio orientados pelos parâmetros da resolução.

Todos sabemos o quanto a documentação desta natureza foi importante para a renovação da historiografia brasileira. O que parece estar se desenhando é uma perda inenarrável para a história de nosso estado e nosso país, obstaculizando em muito a escrita da história social do Rio Grande do Sul da segunda metade do século XX.

Frente ao risco eminente de uma perda histórica irreparável, o IMA pede o seu apoio.

Você pode ajudar:

1. Assinando a petição pública que visa deter o processo exigindo a participação dos historiadores na discussão da preservação e documental AQUI;
Link
2. Mobilizando demais pessoas para produzir um documento coletivo (seja da instituição, seja do grupo) manifestando a inconformidade com as medidas do Tribunal de Justiça do RS:

secretariacgj@tj.rs.gov.br – Corregedoria do Tribunal de Justiça do RS
corag@corag.com.br – CORAG

ouvidoria@mp.rs.gov.br - MINISTÉRIO PÚBLICO DO RIO GRANDE DO SUL
(Ouvidoria)

3. Como estudante de História ou historiador, mas sem dúvida como cidadão comprometido, mandar um e-mail pessoal aos endereços acima citados manifestando-se contra as medidas. Você também pode mobilizar jornais e sítios de informação;

4. Colaborando e apoiando a divulgação de manifestações e ações que visam rediscutir a eliminação do acervo. Você pode sugerir alternativas para evitar tal descarte ou pelo menos assegurar a preservação das informações, como a digitalização integral do acervo;

O IMA está junto nessa luta e conta com a sua participação!

sábado, 5 de novembro de 2011

Fernando Morais palestra hoje em Pelotas

Com organização do IMA e da BPP, o autor do mais recente livro "Os últimos soldados da guerra fria" é o convidado para o "Conversa sobre Livros"



No início da década de 1990, Cuba criou a Rede Vespa, um grupo de doze homens e duas mulheres que se infiltrou nos Estados Unidos e cujo objetivo era espionar alguns dos 47 grupos anticastristas sediados na Flórida. O motivo dessa operação temerária era colher informações com o intuito de evitar ataques terroristas ao território cubano. De fato, algumas dessas organizações ditas “humanitárias” se dedicavam a atividades como jogar pragas nas lavouras cubanas, interferir nas transmissões da torre de controle do aeroporto de Havana e, quando Cuba se voltou para o turismo, depois do colapso da União Soviética, sequestrar aviões que transportavam turistas, executar atentados a bomba em seus melhores hotéis e até disparar rajadas de metralhadoras contra navios de passageiros em suas águas territoriais e contra turistas estrangeiros em suas praias.

Em cinco anos, foram 127 ataques terroristas, sem contar as invasões constantes do espaço aéreo cubano para lançar panfletos que, entre outras coisas, proclamavam: “A colheita de cana-de-açúcar está para começar. A safra deste ano deve ser destruída. [...] Povo cubano: exortamos cada um de vocês a destruir as moendas das usinas de açúcar”. Em trinta ocasiões, Havana formalizou protestos contra Washington pela invasão de seu espaço aéreo por aviões vindos dos Estados Unidos - sem nenhum efeito. Enquanto isso, em entrevistas, líderes anticastristas na Flórida diziam explicitamente: “A opinião pública internacional precisa saber que é mais seguro fazer turismo na Bósnia-Herzegovina do que em Cuba”.

Os últimos soldados da Guerra Fria narra a incrível aventura dos espiões cubanos em território americano e revela os tentáculos de uma rede terrorista com sede na Flórida e ramificações na América Central, e que conta com o apoio tácito nos Estados Unidos de membros do Poder Legislativo e com certa complacência do Executivo e do Judiciário. Ao escrever uma história cheia de peripécias dignas dos melhores romances de espionagem, Fernando Morais mostra mais uma vez como se faz jornalismo de primeira qualidade, com rigor investigativo, imparcialidade narrativa e sofisticados recursos literários.



Confira entrevista com Fernando Morais sobre o processo de pesquisa para Os últimos soldados da Guerra Fria

Qual foi seu primeiro contato com a história dos membros da Operação Vespa, os espiões cubanos em Miami?
Eu soube da história no dia das prisões dos dez agentes cubanos pelo FBI, em setembro de 1998. Ouvi a notícia no rádio de um táxi, no meio do trânsito, em São Paulo, e na hora pressenti que ali havia um livro embutido. Viajei a Cuba para tentar levantar o assunto, mas encontrei todas as portas fechadas. Para se ter uma ideia, Cuba só assumiu que eles de fato eram agentes de inteligência três anos depois, em 2001. O tema era tratado como segredo de Estado.

Como foi pesquisar em Cuba? Você teve pleno acesso a documentos oficiais? E do lado norte-americano?
Os cubanos só liberaram o assunto para mim no começo de 2008. A partir de então fiz cerca de vinte viagens a Havana, Miami e Nova York. O governo de Cuba liberou todo o material disponível e permitiu que eu entrevistasse quem quisesse, inclusive mercenários estrangeiros que haviam sido presos depois de colocar bombas em hotéis e restaurantes turísticos de Cuba e que tinham sido condenados à morte.

Nos Estados Unidos foi mais difícil. Como os agentes do FBI são proibidos de dar declarações públicas, só consegui entrevistas em off. Mas graças ao FOIA – Freedom of Information Act, a lei que regula a liberação de documentos secretos - e após pesquisas nos arquivos da Justiça Federal da Flórida, tive acesso a cerca de 30 mil documentos enviados pela Rede Vespa a Cuba e que haviam sido apreendidos pelo FBI nas casas dos agentes cubanos em Miami. E os serviços de inteligência cubanos me deram uma cópia do megadossiê sobre o terrorismo na Flórida que Fidel Castro entregou a Bill Clinton com a ajuda do escritor Gabriel García Márquez.

Quais personagens do livro você conseguiu entrevistar? Poderia falar um pouco deles?
Ao todo fiz quarenta entrevistas. Foram dezessete em Cuba, 22 nos Estados Unidos, e no México entrevistei a cantora brasileira De Kalafe, que havia sido vítima da intolerância de líderes anticastristas na Flórida. Entrevistei diretamente um dos presos, René González, via e-mail, e os demais por intermédio de seus familiares em Cuba. As mensagens (as minhas perguntas e as respostas deles) eram previamente censuradas pelas direções das prisões e limitadas a 13 mil caracteres por semana - se tivesse uma letra ou uma vírgula a mais, a mensagem se autodestruía.
Entrevistei, também pessoalmente, o agente que fugiu clandestinamente para Cuba antes das prisões, o piloto de caças-bombardeiros Juan Pablo Roque. Em Nova York entrevistei o jornalista Larry Rohter, do New York Times, que teve a casa metralhada e os freios de seu carro cortados depois que escreveu reportagens denunciando a ligação de lideranças anticastristas da Flórida com os atentados a bomba contra Cuba. E em Miami entrevistei líderes anticastristas diretamente envolvidos com os atentados contra Cuba, como o líder da organização Hermanos al Rescate, José Basulto.

As organizações de extrema direita descritas no livro continuam atuantes na Flórida?
Os tradicionais inimigos da Revolução Cubana, os autodenominados anticastristas verticales, estão morrendo ou já estão muito velhinhos. Quando eu terminava o texto final do livro, por exemplo, morreu Orlando Bosch, que era considerado o inimigo número 1 de Fidel Castro. Ainda é possível ver em Miami manifestações de rua contra a Revolução, mas as novas gerações parecem mais interessadas em ouvir salsa do que em colocar bombas.

* Companhia das Letras*

FERNANDO MORAIS estará na Bibliotheca Pública Pelotense hoje (5) a partir das 18h. Saiba mais AQUI.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

IMA organiza Conversa sobre Livros com o autor Fernando Morais

Em parceria do IMA com a Bibliotheca Pública Pelotense, o autor é o convidado do próximo sábado para o debate



Autor de biografias e de obras do estilo livro-reportagem – A Ilha , Olga e Chatô, o Rei do Brasil, entre outras – que já venderam mais de dois milhões de exemplares , Fernando Morais é o convidado especial da edição do próximo dia cinco de novembro do CONVERSA SOBRE LIVROS.

No salão nobre da BPP, a partir das 18 horas, o autor participa de mesa redonda, conversa com o público e apresenta o recém lançado OS ÚLTIMOS SOLDADOS DA GUERRA FRIA ( Cia da Letras, 2011) , obra centrada na história dos agentes infiltrados por Cuba , na década de 90 , em organizações de extrema direita nos Estados Unidos. Entrada franca, como em todos eventos da Bibliotheca. A presença do autor no Conversa sobre Livros resulta de uma parceria da BPP com o IMA ( Instituto Mário Alves), com a colaboração dos parceiros institucionais IF-SUL , Unipampa e Sesc-RS.

domingo, 30 de outubro de 2011

A RUA É NOSSA!

O IMA convida a todos indignados a se unirem na luta da busca pela democracia

Com este grito, centenas de milhares de pessoas tomaram as ruas e praças de mais de mil cidades do mundo inteiro, em cerca de 100 países de todos os continentes.
Com inúmeras reivindicações setoriais e a denúncia do sistema capitalista como o gerador da fome, de todas as desigualdades (sociais, sexuais e raciais) que atingem milhões de seres humanos e da crise ambiental que ameaça a vida do planeta, o dia 15 de outubro ficará marcado na história como o dia em que @s indignad@s de todo o mundo disseram basta à exclusão e defenderam a implantação de uma DEMOCRACIA REAL em que todos sejam ouvidos e em que os governos não sirvam apenas para garantir os direitos de uma minoria que vive às custas da miséria, da opressão e da destruição dos bens naturais.

Na Europa, todas as principais cidades se mobilizaram e fizeram grandes manifestações. Nos EUA, o Movimento Ocupar Wall Strett se espalhou por todo o país e mais de cem cidades participaram das mobilizações. Também na Ásia o 15-O mostrou sua força, com mobilizações em países como Japão, Coréia do Sul, China e Taiwan.

No Brasil, dezenas de cidades também foram às ruas levar seu grito em defesa da vida, como São Paulo, Fortaleza, Curitiba, Salvador e Belo Horizonte. Em nosso Estado, além de Porto Alegre, que realizou uma grande manifestação, também Passo Fundo, Santa Maria e Pelotas estiveram presentes nesta luta.

Em nossa cidade, cerca de duas centenas de pessoas, entre estudantes, professores, previdenciários, camelôs, bancários, desempregados e muitos outros percorreram as ruas do centro e realizaram uma Assembleia Popular na Praça Coronel Pedro Osório.
Bandeiras como a luta contra os transgênicos e pela soberania alimentar do país, por 10% do PIB para a educação, por Reforma Política que estimule a democracia participativa e acabe com a ditadura financeira sobre os processos eleitorais e o atendimento das justas reivindicações dos trabalhadores que estão mobilizados e em greve, entre tantas outras, foram defendidas por todos os presentes.

Como encaminhamento, os presentes destacaram a importância daquele momento, ao promover o encontro de vários segmentos de lutadores sociais e apontaram para a continuidade deste movimento, procurando ampliá-lo e incorporando todos os debates que interessam aos setores populares de nossa cidade, hoje ignorados e desrespeitados por seus gestores. É preciso superar a divisão e o corporativismo e lutarmos juntos para construir outra cidade e outro país!

Convidamos a todos para reunião no dia 1º de novembro (terça-feira) às 17:30, no Instituto Mário Alves/IMA, para definir nossos próximos passos, inclusive a proposta de criação do Fórum de Lutas Sociais de Pelotas. Participe!

Associação dos Camelôs de Pelotas (ACAMPEL) - ASUFPEL - CSP/CONLUTAS - CUT/Regional Sul Coletivo Juntos Coletivo Levante - Coletivo Rede de Comunicação - Coletivo Tranca Rua - DCE UCPEL DCE UFPEL Instituto Mário Alves/IMA - RádioCom 104,5 FM - SINASEFE - SINDISPREV/RS Sindicato dos Trabalhadores na Alimentação/Pelotas

sábado, 29 de outubro de 2011

IMA divulga ações e expõe no Piquenique Cultural

No próximo domingo (30) o Instituto Mário Alves mais uma vez se fará presente no evento multicultural


Apoiador há quase um ano do Piquenique Cultural, a participação do IMA tem rendido bons frutos no contato maior com a comunidade e na divulgação de suas ações em eventos que possibilitam uma interação maior com o público.

No próximo domingo (30), o IMA levará àCOHAB Tablada a sua banca de livros juntamente com produtos de sua livraria, além de expor a Mostra de Fotografias sobre o Movimento Estudantil em Pelotas.


Sobre o Piquenique Cultural

É um evento multiartístico e itinerante que percorre a cidade há um ano, chega à sua 8ªedição, onde visita pela primeira vez o Bairro Três Vendas. O evento já passoupelo Fragata, Centro, Porto e Areal, desa vez irá para a Zona Norte de Pelotas.

No próximo domingo (30), a CohabTablada será convidada a realizar um piquenique coletivo na Praça Thomaz Flores, onde, das 15 às 19h, diversos artistas estarão mostrando seu trabalho ao público e alegrando a tarde de domingo.

Com uma extensa programação, o PIQUENIQUE CULTURAL se propõe a levar àquela comunidade um programa diferente, ao ar livre e gratuito. Haverá mateada, ensaio aberto do Teatro do Chapéu Azul, apresentações musicais de Janete Flores, Antiorquestra RZZZ, Matheus Almeida e Diego Beck, entre outros, Varal de Poesias, exposição de artesanato, oficinas de circo, exibição de cinema, atividades voltadas às crianças e muito mais.

Cerca de 250 crianças das Escolas Leivas Leite e Lar de Jesus estarão concorrendo a 5 kits-piquenique que incluem guloseimas e também material artístico, como um DVD do premiado curta metragem pelotense Sentimentário.

Participam desta edição do PIQUENIQUE CULTURAL: Grupo Olhos de Lata, Coletivo REDE, Ateliê Pulo de gato,Instituto Mário Alves, SOS Animais, Anjos e Querubins, além de artistas independentes.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Afro Cine: Projeto de cinema sobre questões da cultura negra

O Coletivo Negada informa as datas do primeiro afro-cine, mostra de longas e curtas metragens que trazem consigo questões sobre a questão afro-descendente. A ideia é se utilizar do cinema como uma forma de promover debates e reflexões.

O Afro-cine primeira edição se realizará no Instituo de Ciências Humanas (ICH) - Alberto Rosa, 154. O horário será sempre as 17 horas, na sala 145.

Filmes como Madame Satã e Good Hair já foram exibidos. A próxima edição será no dia 3 de Novembro com o filme Faça a coisa certa.

Confira a sinopse do filme:

Faça a Coisa Certa (Do the Right Thing)

Sal (Danny Aiello), um ítalo-americano, é dono de uma pizzaria em Bedford-Stuyvesant, Brooklyn, (lá também há um armazém cujos donos são coreanos). Com predominância de negros e latinos, é uma das áreas mais pobres de Nova York. Sal comanda a pizzaria juntamente com Vito (Richard Edson) e Pino (John Turturro), seus filhos, além de ser ajudado por Mookie (Spike Lee), um funcionário. Sal cultua decorar seu estabelecimento com fotografias de ídolos ítalo-americanos dos esportes e do cinema, o que desagrada sua freguesia. No dia mais quente do ano, Buggin' Out (Giancarlo Esposito), o ativista local, vai até lá para comer uma fatia de pizza e se desentende com Sal por não existirem negros na "Parede da Fama" dele. Sal retruca dizendo que esta parede é só para ítalo-americanos e se Buggin' Out quer ver fotos dos "irmãos" que abra sua própria pizzaria. Notando que não vê nenhum italiano para proteger Sal, Buggin passa o resto do dia tentando organizar um boicote contra a pizzaria. Este incidente trivial é o ponto de partida para um efeito dominó, que vai gerar vários problemas. Um desentendimento com Mookie o leva a enfrentar uma série de mal-entendidos, que resultam em pancadaria. A polícia chega ao local e acaba matando um dos fregueses, transformando a confusão em tragédia.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

IMA foi um dos organizadores do 15 O em Pelotas

Movimentos sociais e a comunidade em geral foram participantes da mobilização
na data simbólica




As reivindicações setoriais e corporativas sempre existiram e tiveram seu papel na construção das lutas sociais. Entretanto, as experiências de mobilização pela construção de uma sociedade socialista e humanista apontam a necessidade clara de unificação e de objetivos estratégicos bem delimitados.
A unidade na diversidade é uma condição fundamental do atual momento da luta política em nosso país e no mundo. Mas a unidade precisa ser construída a partir de bases que possam ir além da mera disputa parlamentar e institucional, espaços onde as classes dominantes sempre mantiveram seu controle ideológico. Também precisamos superar a longa trajetória da esquerda da busca de espaços de poder que na realidade nada significavam, além de pequenas vaidades pessoais. A luta pela sustentabilidade do planeta, pela igualdade de gêneros e etnias, por liberdades democráticas e pelas demais lutas políticas e ideológicas que hoje perpassam o planeta precisam construir um ponto em comum: o combate ao capitalismo e a todas as formas de dominação e discriminação.